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Mitos sobre a alimentação do doente diabético

“A alimentação ter um papel fundamental no controlo da doença”

A Diabetes Mellitus é uma doença crónica cada vez mais frequente na nossa sociedade. O Relatório do Observatório Nacional da Diabetes, revela que em 2018, a prevalência estimada da Diabetes na população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos (7,7 milhões de indivíduos) foi de 13,6%, isto é, mais de 1 milhão de portugueses neste grupo etário tem Diabetes.1 Visto a alimentação ter um papel fundamental no controlo da doença parece pertinente desmistificar alguns mitos sobre a alimentação dos diabéticos.
MGF
Dra. Sofia Assunção

Médica Assistente de Medicina Geral e Familiar

Licenciada em Medicina pelo ICBAS, Universidade do Porto.
Pós-graduação em Acupunctura, Medicina da Dor, Evidência e Decisão em Saúde.
A exercer como Assistente de MGF na USF Garcia de Orta, ACeS Porto Ocidental. Responsável pela Consulta de Pequena Cirurgia na USF Garcia de Orta.

DIABETES MELLITUS

MITOS SOBRE A ALIMENTAÇÃO DO DOENTE DIABÉTICO

MITO 1.

Os diabéticos precisam de ter uma alimentação diferente da restante família.

Toda a família deve seguir os princípios de uma alimentação saudável tal como é explicado pela Roda dos Alimentos: Alimentação Completa, Equilibrada e Variada.

A quantidade de cada um dos alimentos presentes no dia alimentar deve ser ajustada às necessidades individuais, independentemente da doença. ²⁻³

MITO 2.

Os diabéticos devem evitar comer arroz, massa, batata e pão.

O arroz, a massa, a batata e o pão são fornecedores de hidratos de carbono, nutriente que influencia a glicemia. No entanto, ao contrário de outros alimentos ricos em açúcar, estes fornecem hidratos de carbono de absorção lenta permitindo um melhor controlo da glicemia ao longo do dia. ²⁻³

Estes alimentos são indispensáveis como fonte de energia ao organismo e, como tal, devem fazer parte das refeições realizadas diariamente.

Os cereais e seus derivados integrais fornecem mais quantidade de fibra que é importante na redução dos níveis de colesterol sanguíneo, no controlo do apetite e da glicemia e indispensável ao bom funcionamento intestinal. ²⁻³

MITO 3.

Os diabéticos não devem comer fruta muito doce.

A fruta é uma ótima fonte de fibra, vitaminas, minerais e antioxidantes e como tal deve estar presente na alimentação diária. Pelo facto de possuir na sua composição açúcares simples o número de peças diárias e a de cada uma deve ser ajustado.

Em termos de equivalência de hidratos de carbono – ½ pão de mistura (25g) tem a mesma quantidade de hidratos de carbono que (alguns exemplos): ²⁻⁴

MITO 4.

Os diabéticos não devem comer cenoura ou abóbora por serem alimentos doces.

A cenoura e a abóbora pertencem ao grupo dos produtos hortícolas, cujo consumo diário deve ser elevado. Apesar de alguns produtos hortícolas terem um sabor mais doce que outros, todos possuem baixa quantidade de açúcares simples.

Comparando por exemplo a cenoura e a couve-de-bruxelas, dois produtos hortícolas com sabor distinto, verificamos que em termos de equivalência de hidratos de carbono – ½ pão de mistura (25g) tem a mesma quantidade de hidratos de carbono que: ²⁻⁴

MITO 5.

Os diabéticos precisam de consumir alimentos próprios para a doença.

Estes alimentos, por exemplos os “Light ou 0% de açúcar” contêm muitas vezes outros açúcares (frutose, mel, xaropes, poliálcoois como sorbitol, xilitol, manitol…) e maior quantidade de gordura tendo um valor energético igual ou superior a outros produtos similares. Assim, muitos destes produtos além de afetarem a glicemia, o seu custo é muito superior. ²⁻³

Bibliografia

 

1) Diabetes: Factos e Números 2018. Relatório Anual do Observatório Nacional da DiabetesPortugal. 2018.

2) Diabetes Myths. American Diabetes Association. 2009.

3) E-Book: Mitos sobre a Diabetes. Associação Portuguesa dos Nutricionistas. 2011.

4) Tabela da Composição de Alimentos Portuguesa. Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.2007.

 

Sofia Assunção
Médica Assistente de Medicina Geral e Familiar

A informação divulgada neste artigo é da exclusiva autoria e responsabilidade do seu autor. A AstraZeneca não teve qualquer participação na elaboração deste conteúdo.

Veeva ID: PT-10288
Aprovado a 12/2021
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